Casa 711H

CONSTRUÍDO

BRASÍLIA-DF, 2017

Finalista do Prêmio de Arquitetura Tomie Ohtake AkzoNobel 2018

Menção Honrosa na Premiação Anual do Instituto de Arquitetos do Brasil São Paulo (IAB-SP), 2018

Situação

A casa 711H se encontra na porção residencial da via W3 sul, em Brasília. A via W3 está dentro da área tombada da cidade e já foi seu centro comercial mais importante durante seus primeiros anos. Ao longo do tempo o declínio do comércio da área aliado a construções ou reformas desordenadas em lotes residenciais geminados na fração oeste da avenida geraram uma paisagem que é composta por casas que se fecham para as áreas verdes do espaço público entre os lotes. Grande parte dos espaços frontais das casas também são cobertos e fechados para a área pública. Por consequência, apesar de seu grande potencial, as grandes áreas verdes entre as casas se encontram majoritariamente sem qualificação, o que resulta em pouco uso pelos moradores e na sensação generalizada de insegurança.

Proposta

O projeto da Casa 711H parte desta realidade e tenta recuperar a ativação das áreas verdes adjacentes às casas ao propor um modelo que descobre o quintal frontal (que hoje são normalmente cobertos) e cria a possibilidade de integração total entre o quintal e a área pública (jardins). O desenho da casa também permite a possibilidade de conexão direta entre o jardim público frontal e a rua de serviço nos fundos do lote através do interior da casa. Partimos do princípio de que contato visual da casa com os espaços públicos adjacentes (jardim e rua de serviço) e a possibilidade de conexão dos espaços promoverá o efeito da “vigilância natural”, o que resultará na diminuição da sensação de insegurança e estímulo do uso e qualificação do espaço público, num ciclo de benefício mútuo entre o espaço público e o privado.

Estratégia Construtiva

Os lotes dessa porção do bairro eram originalmente ocupados por casas geminadas térreas que compartilhavam vigas baldrame contínuas, afloradas em relação ao terreno circundante. Isso resultou em um desnível entre as casas e a rua. O projeto da Casa 711H propôs reaproveitar parcialmente as fundações de uma edificação térrea que existia previamente no terreno. Sendo assim, a demolição da casa original manteve somente as fundações, vigas baldrame e o aterro compactado original, pois foi constatado que estrutura existente acima do baldrame não poderia ser reaproveitada. Por isso a nova organização de cômodos do térreo e do primeiro pavimento seguiu alinhamentos de parte dos cômodos anteriores sem no entanto seguir seu uso original.

Demos prioridade à recomposição do passeio público nivelado e mantivemos o desnivelamento original da área interna da casa em relação ao jardim frontal e a rua de serviço, conforme a situação do imóvel original. No entanto, propusemos recuar o gradil em relação ao limite do terreno. O desnivelamento resultante foi dividido em vários degraus que formam uma escadaria de acesso e uma pequena arquibancada de uso público, voltada para o jardim. A abertura total do cercamento pode integrar o jardim privado à área pública. Na fachada posterior, voltada para a rua de serviço, a escadaria de acesso se conecta as escadas de acesso das casas vizinhas.

De forma a aliviar o peso nas fundações existentes foi proposta a utilização de estrutura metálica laminada e alvenarias em bloco de concreto. No nível térreo o bloco de concreto foi utilizado somente como alvenaria por ter menor peso. No primeiro pavimento o mesmo bloco tijolo de concreto foi utilizado, porém dessa vez também como estrutura. Pontos específicos foram reforçados internamente para a criação de pilaretes e vergas para a estruturação da cobertura. No mesmo nível um terraço descoberto com paredes altas permite a visualização do céu e da copa das árvores e mantém a privacidade desejada. A inclinação da cobertura parte do ponto máximo permitido pela legislação (7,5m medidos a partir do térreo previamente aprovado) até a altura de cobertura da casa térrea que é vizinha à nova construção.

 

Autores: Daniel Mangabeira, Henrique Coutinho e Matheus Seco
Equipe: Fernando Longhi, Giovanni Cristofaro e Elisa Albuquerque
Superfície Construída: 140m2
Projeto: 2016
Construção: 2016-2017
Projeto de Estrutura: Vista Engenharia
Instalações: Scheel Kunrath
Obra: Matriz Engenharia
Fotos: Joana França

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Planta Casa 711H

 

Casa 711H

CONSTRUÍDO

BRASÍLIA-DF, 2017

Finalista do Prêmio de Arquitetura Tomie Ohtake AkzoNobel 2018

Menção Honrosa na Premiação Anual do Instituto de Arquitetos do Brasil São Paulo (IAB-SP), 2018

Situação

A casa 711H se encontra na porção residencial da via W3 sul, em Brasília. A via W3 está dentro da área tombada da cidade e já foi seu centro comercial mais importante durante seus primeiros anos. Ao longo do tempo o declínio do comércio da área aliado a construções ou reformas desordenadas em lotes residenciais geminados na fração oeste da avenida geraram uma paisagem que é composta por casas que se fecham para as áreas verdes do espaço público entre os lotes. Grande parte dos espaços frontais das casas também são cobertos e fechados para a área pública. Por consequência, apesar de seu grande potencial, as grandes áreas verdes entre as casas se encontram majoritariamente sem qualificação, o que resulta em pouco uso pelos moradores e na sensação generalizada de insegurança.

Proposta

O projeto da Casa 711H parte desta realidade e tenta recuperar a ativação das áreas verdes adjacentes às casas ao propor um modelo que descobre o quintal frontal (que hoje são normalmente cobertos) e cria a possibilidade de integração total entre o quintal e a área pública (jardins). O desenho da casa também permite a possibilidade de conexão direta entre o jardim público frontal e a rua de serviço nos fundos do lote através do interior da casa. Partimos do princípio de que contato visual da casa com os espaços públicos adjacentes (jardim e rua de serviço) e a possibilidade de conexão dos espaços promoverá o efeito da “vigilância natural”, o que resultará na diminuição da sensação de insegurança e estímulo do uso e qualificação do espaço público, num ciclo de benefício mútuo entre o espaço público e o privado.

Estratégia Construtiva

Os lotes dessa porção do bairro eram originalmente ocupados por casas geminadas térreas que compartilhavam vigas baldrame contínuas, afloradas em relação ao terreno circundante. Isso resultou em um desnível entre as casas e a rua. O projeto da Casa 711H propôs reaproveitar parcialmente as fundações de uma edificação térrea que existia previamente no terreno. Sendo assim, a demolição da casa original manteve somente as fundações, vigas baldrame e o aterro compactado original, pois foi constatado que estrutura existente acima do baldrame não poderia ser reaproveitada. Por isso a nova organização de cômodos do térreo e do primeiro pavimento seguiu alinhamentos de parte dos cômodos anteriores sem no entanto seguir seu uso original.

Demos prioridade à recomposição do passeio público nivelado e mantivemos o desnivelamento original da área interna da casa em relação ao jardim frontal e a rua de serviço, conforme a situação do imóvel original. No entanto, propusemos recuar o gradil em relação ao limite do terreno. O desnivelamento resultante foi dividido em vários degraus que formam uma escadaria de acesso e uma pequena arquibancada de uso público, voltada para o jardim. A abertura total do cercamento pode integrar o jardim privado à área pública. Na fachada posterior, voltada para a rua de serviço, a escadaria de acesso se conecta as escadas de acesso das casas vizinhas.

De forma a aliviar o peso nas fundações existentes foi proposta a utilização de estrutura metálica laminada e alvenarias em bloco de concreto. No nível térreo o bloco de concreto foi utilizado somente como alvenaria por ter menor peso. No primeiro pavimento o mesmo bloco tijolo de concreto foi utilizado, porém dessa vez também como estrutura. Pontos específicos foram reforçados internamente para a criação de pilaretes e vergas para a estruturação da cobertura. No mesmo nível um terraço descoberto com paredes altas permite a visualização do céu e da copa das árvores e mantém a privacidade desejada. A inclinação da cobertura parte do ponto máximo permitido pela legislação (7,5m medidos a partir do térreo previamente aprovado) até a altura de cobertura da casa térrea que é vizinha à nova construção.

 

Autores: Daniel Mangabeira, Henrique Coutinho e Matheus Seco
Equipe: Fernando Longhi, Giovanni Cristofaro e Elisa Albuquerque
Superfície Construída: 140m2
Projeto: 2016
Construção: 2016-2017
Projeto de Estrutura: Vista Engenharia
Instalações: Scheel Kunrath
Obra: Matriz Engenharia
Fotos: Joana França

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